O fundador de uma empresa familiar sabe que seu papel representa muito. Sabe também da importância da trajetória de tradição e cultura familiar que precisa ser mantida e renovada. Enfim, o fundador precisa encontrar uma forma para que a empresa possa continuar quando ele não estiver mais aqui. Se você pensa sobre isto, chegou o momento de preparar a sucessão empresarial. Portanto, o papo aqui é sobre a importância de profissionalizar a família empresária.
Os herdeiros estão aí. A família é grande e existe mais de um candidato à sucessão. Os conflitos existem. Alguns mais nítidos e outros mais velados. Mas, o certo é que existem divergências dentro de todas as famílias.
O sucedido tem a seguinte dúvida: O meu sucessor está realmente preparado para conduzir os negócios da família? E se esse candidato à sucessão for mais herdeiro que sucessor?
Essas dúvidas precisam ser esclarecidas!
Se empresa familiar e família empresária são temas de seu interesse, você está no lugar certo. Peço que continue aqui neste artigo e tenho certeza que você irá enriquecer seus conhecimentos sobre:
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ToggleEm algum momento da vida de uma empresa familiar o fundador (ou sucedido) se dá conta que é preciso preparar a sucessão para que o negócio continue mesmo depois da sua morte.
Na maioria das vezes mais de um candidato à sucessão se apresenta, mas acontece que, sob a ótica do fundador, eles não estão preparados para a função. Seja por não ter maturidade profissional ou mesmo experiência de vida, ou ainda, por não desfrutar do reconhecimento dos demais membros da família.
Certo é que para suceder o fundador na empresa familiar, o sucessor precisa ser muito mais do que um simples herdeiro!
Esse candidato precisa usar tanto o chapéu de herdeiro mas também o chapéu de líder em formação. Além disso, ele também precisa ser reconhecido e respeitado pelos membros da família.
Esse é o grande desafio. É muito difícil que o fundador passe o bastão e se afaste da direção dos negócios sem antes ter a certeza de que o seu legado estará nas mãos de alguém que conheça a cartilha empresarial. Ou seja, ele precisa ter a certeza que esse alguém poderá fazer igual, ou melhor, do que ele na condução dos negócios.
Sempre vai ter um pormenor, um detalhe, para postergar esse assunto. Afinal, não se esqueça que a empresa normalmente é a vida do fundador! Ali está a sua história, ali está a sua alma viva! Ali convive a criação e a criatura.
Então, sob a ótica do fundador, ele precisa ter muito cuidado antes de passar o bastão. Ele não pode colocar em risco tudo que ele criou.
No entanto, o vigor físico do fundador já não é mais o mesmo e a vontade dele de perpetuar o legado impulsiona a busca por uma saída.
É necessário que emerja na família alguém com o talento empresarial necessário para assumir o comando. Afinal, a corrida empresarial precisa continuar.
Falar sobre sucessão chega a ser um mito! Isso porque a família ocidental não gosta de falar sobre o evento morte.
Mas não tem jeito! Os dilemas do fundador precisam ser discutidos na família.
A família precisa entender esses dilemas para ajudar na solução. É assim que nasce a profissionalização da família empresária.
As estatísticas mostram que 75% das empresas familiares no Brasil morrem durante a transição da primeira para a segunda geração.
Essa dificuldade de perpetuar a empresa não está necessariamente ligada à questão financeira, mas sim à dificuldade de entender o processo de sucessão empresarial e de fazer as melhores escolhas no interesse da empresa. Isso porque os conflitos dentro de uma família empresária sempre vão existir.
O ideal é passar o bastão da primeira para a segunda geração de forma natural. O Bom mesmo seria se o sucessor emergisse dentre os herdeiros como consequência natural de alguém que possua as credenciais para tocar os negócios. E mais, que a sua escolha fosse unanimidade na família empresária.
Entretanto, não é recomendável que ele manifeste sua preferência para este ou para aquele sucessor. Isso poderá desencadear conflitos, pois os preteridos poderão ressentir-se disso.
O sucessor deve emergir naturalmente no processo de escolhas. Os próprios herdeiros têm que acreditar que esse sucessor é a melhor escolha para substituir o sucedido.
É sempre recomendável contar com a ajuda de algum facilitador externo. Ou seja, um profissional que saiba sobre governança corporativa para empresa familiar, para que o assunto da sucessão seja abordado de forma profissional e leve na família.
Importante lembrar que o alto índice de mortalidade das empresas familiares não está necessariamente ligada à falta de capital ou dificuldade do mercado.
Por mais incrível que pareça, a grande maioria das empresas familiares fecham suas portas em razão de conflitos familiares!
Entretanto, estes conflitos podem ser contornados através de uma abordagem profissional sobre o tema da sucessão.
Esse assunto tem que ser conversado abertamente na família, mesmo porque, pode acontecer que nenhum dos herdeiros queira assumir a função do fundador.
Neste caso, só resta à família duas opções: encerrar o negócio ou buscar um profissional no mercado.
Veja bem: o fundador criou o negócio e ele é o único dono. Entretanto, os filhos não se escolheram como sócios, e, pode ser que apesar do respeito entre eles, não exista vontade deles em estabelecer uma sociedade.
Em muitas empresas familiares esse problema acontece. Tem vez que o herdeiro contribui muito mais dedicando-se a outra atividade do que trabalhando na empresa da família.
Não basta apenas ter talento moral e conhecimento técnico para o sucessor continuar os negócios iniciados pelo fundador. É preciso que os demais herdeiros reconheçam nele a capacidade de liderar a família.
Por isso: tenha uma conversa aberta com os familiares. Indague se realmente existe interesse de algum herdeiro em continuar o negócio. Isto é o início de um diálogo para se chegar a uma solução.
Traga a experiência do fundador como empresário que deu muito certo à frente da empresa e faça uma abordagem profissional na família.
É importante preservar a tradição familiar, valores e legado da família. Estes valores estão normalmente arraigados na empresa familiar, pois a empresa nada mais é que a cara do fundador.
A maior parte das grandes empresas existentes no mundo são empresas familiares. A história mostra isso. No Brasil isso difere, pois, 95% das empresas que existem no Brasil são empresas familiares. Essas empresas cresceram com sua forma organizacional peculiar e suas ricas tradições. Entretanto, para que essas centenárias empresas chegassem até aqui foi necessário que, paralelamente, fosse profissionalizada não apenas a gestão, mas igualmente a família.
O legado familiar abrange os valores e as paixões que alimentam a família. Ele é perpetuado através de histórias familiares, da crença da sua família sobre tradição, propriedade, trabalho e riqueza.
Esses valores não são sempre cultuados na família, mas precisam ser trabalhados, porque um negócio de sucesso sempre está atrelado a sua história de superação, dedicação apaixonada e união familiar.
Mostrar estes valores para a família é a principal porta de entrada para envolvê-la no negócio. Ainda mais os mais jovens, que precisam conhecer as histórias emocionantes de como tudo começou.
Você já parou para pensar qual é a sua história? Qual legado você quer deixar para seus herdeiros?
Pessoas gostam de ouvir histórias e essa forma pode ser muito pedagógica, o que facilita em muito a abordagem do assunto sucessão na família.
O melhor legado que você deixa é o exemplo de vida que você leva.
Use o legado a seu favor! Crie um ambiente de nostalgia, permitindo que a família esteja aberta a aceitar os desafios que a sucessão exige.
Sucessão não é um caminho. Sucessão é um processo. É necessário construir a cada dia, ganhando a confiança de todos os envolvidos sobre a importância de conversar sobre o assunto.
O fundador precisa deixar bem claro que este assunto um dia terá que ser enfrentado. Melhor que seja agora, pois ninguém melhor que o fundador para iniciar esta conversa e mediar todos os interesses.
Deixar para depois e fingir que este assunto não é importante, só vai fazer com que sua empresa familiar se aproxime mais das estatísticas de mortalidade empresarial prematura mencionadas neste artigo.
Desejo boa sorte na sua caminhada.
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Construa um legado familiar sólido e duradouro! Potencialize seu patrimônio, fortaleça a sucessão e aprimore a governança familiar. Não deixe o destino de gerações nas mãos do acaso e garanta a perpetuidade de seus negócios, evitando perdas patrimoniais e conflitos familiares!
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